segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Sem proposta, bancários paralisam mais agências em Blumenau e Região

Sem proposta, bancários paralisam mais agências em Blumenau e Região. Foto de Jaime Batista da Silva

Mais agências da região paralisaram as atividades na greve nacional dos bancários. Trabalhadores reafirmaram a sua força e ampliaram o número de unidades de trabalho em greve. Hoje, com exceção do Itaú e Bradesco, 100% das agências estão paralisadas na cidade. No interior, 80% dos bancos fecharam as portas. Nesta segunda-feira, 4, o Comando Nacional dos Bancários se reúne em São Paulo, na sede da Contraf-CUT, para fazer uma avaliação da greve e definir encaminhamentos para intensificar a mobilização.

A paralisação por tempo indeterminado foi decretada pela categoria no dia 28 de setembro para pressionar os bancos a apresentarem uma proposta que contemple suas reivindicações: 11% de reajuste, valorização dos pisos salariais, PLR maior, medidas de proteção da saúde que inclua o combate ao assédio moral e às metas abusivas, garantia de emprego, mais contratações, igualdade de oportunidades para todos e mais segurança.

Para o presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Blumenau e Região (SEEB), Leandro Spezia, o movimento demonstra a indignação dos bancários diante do desrespeito com que os banqueiros e as direções dos bancos têm tratado as reivindicações da categoria.

A pauta de reivindicações foi entregue à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) no dia 11 de agosto. Mas em cinco rodadas de negociações (entre 24 de agosto e 22 de setembro), os bancos rejeitaram uma a uma todas as reivindicações da categoria sobre remuneração, emprego, saúde, condições de trabalho e segurança.
Os bancários estão em negociação com a Fenaban desde o dia 1 de setembro. Ocorreram cinco rodadas de negociações. Os banqueiros negaram cláusulas relativas a condições de trabalho; saúde dos trabalhadores; combate ao assédio moral; mais segurança nas agências; valorização do piso salarial e da PLR; criação de planos de cargos e salários; reajuste salarial compatível com os lucros do setor financeiro; contratação de mais bancários para diminuir as filas e o fim dos correspondentes bancários, com a substituição desses por novas agências.

A única proposta concreta dos bancos foi um reajuste de 4,29% sobre salários e demais verbas, como tíquete-alimentação. O índice refere-se apenas à inflação do período, estando bem longe do mínimo de 11% reivindicado pelos bancários e dos lucros dos bancos. No primeiro semestre deste ano, os bancos BB, Itaú, Bradesco, Caixa e Santander tiveram, juntos, um lucro líquido de R$ 21,3 bilhões.

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